Estive a pensar e este fim de semana concluí que tenho alguma dificuldade em vá... falar controladamente, nãoqueeufalerapidaoudescontroladamentedemilcoisasaomesmotempo, só.. pronto tenho alguma dificuldade em... como dizer isto de uma forma simples, clara e que toda a gente entenda... tenho dificuldade em...
calar-me.
Realmente posso tentar entender que muitas pessoas achem que o acto de calar-se é por si só extremamente simples e tal, mas não o é de todo, dou-vos um exemplo clássico e verídico:
Este fim de semana fui ao Palácio de Cristal, (a.k.a. Pavilhão Rosa Mota) ver um concerto supostamente intimista da Diana Krall (Se é que possível fazer um concerto intimista no Palácio de Cristal... para quem não sabe, aquilo faz eco... ora toda a gente sabe que qualquer sitio que faça eco não é intimista... euh... quer dizer agora estou a pensar em algumas casas de banho que até... mas não, pronto ok, faz eco, ergo não é intimista!) onde é que eu ia... ah, ok, ela estava lá com a sua banda, uma nova sonoridade, uma espécie de jazz/bossa-nova (estilos que adoro em separado e que ela conseguiu juntar, com sucesso devo acrescentar). Até aqui tudo normal, entre cada duas musicas ela parava e falava com o publico acerca do marido, da cidade dela, dos idolos dela e durante tudo isto eu mantive-me (médio) calado. Só pronto... não me consegui aguentar quando ela começou a dizer coisas acerca do Porto, que pronto... apesar de serem verdade, era notória graxa para sacar aplausos... no final de um discurso elogioso sobre o porto ela remata com a frase... :
"ohhh I'm just buttering you..."
Ao que eu não me aguento e respondo com um (pensava eu) não muito sonoro:
"Yes you are..."
Esqueci-me foi de um pequeno pormenor... é que eu estava no palácio de Cristal e aquilo... tipo... faz eco... e o meu não muito sonoro "yes you are..." sai disparado em eco "yes you are... you are... you are... you are..." e foi assim até chegar aos ouvidos dela (o facto de eu estar perto também deve ter ajudado), ela interrompe a preparação da próxima musica, e volta-se para a zona onde eu estava e remata com um, "sim estou a engraxar, mas posso sempre convida-los para minha casa e vocês escolhem o vinho..." feliz, ou infelizmente apenas as pessoas que estavam perto de mim é que se aperceberam, sim porque eu já não estava ali, estava num buraco bem abaixo do sub-solo...
Enfim... não consigo calar-me.
Have a good reading, and a good life ;-)
Mas isto é iiiiiispêctacular!!! E tu não aproveitaste o convite...??? Eu tinha-te recomendado o vinho certo ;)
ResponderEliminarAbraço
Muito bem,vamos por partes: 1º és um totóoooooo em toda a sua plenitude(como és informático é normal),quem rejeita um convite desses????Muito menos alguém que manda a boca e depois remete-se ao assunto desta dissertação....2ºintimista...no Rosa Mota?!claro....claro quando quero um momento mesmo intimo procuro sempre o estádio do Dragão :S 3º foi com eterno agrado que percebi que essa tua luta titanica contra o silencio se extende para além do cinema...e concluo com o mais prazeroso dos pensamentos....sim a Dianinha conseguiu finalmente remeter-te ao silêncio!Abençoada...
ResponderEliminarOs teus pais devem valorizar tanto o silêncio que deve ficar em casa, claro, quando lá não estás! Já agora queixas-te que não foi realmente um concerto intimista no Rosa Mota, e recusas (escondes-te)do convite para um verdadeiro concerto intimista, com a Diana Krall a cantar-te ao ouvido... sinceramente numa apreciação estritamente musical, seria uma experiência divinal, pois, quem não acharia aquela voz quente e melódica ao ouvido, uma autentica ambrósia para o aparelho auditivo! Reconheço que podia ser um completo desperdício em alguém que tem enorme dificuldade em ouvir, por estar sempre a falar, deves estar apaixonado pelo som da tua própria voz... hehehe! A expressão come e cala, não te diz nada?
ResponderEliminarlooool... Só tu é que te pões a jeito para estas coisas. Eu também não posso falar muito porque a minha tutora do trabalho do final do curso diz que sou um alvo a abater devido à minha facilidade em expressar a minha opinião em frente a um número consideravel de pessoas, ou seja, tenho que ficar caladinha!!!
ResponderEliminarDepois de um título destes, nada mais a acrescentar...é mesmo isso...nós bem tentamos, mas nada...tu simplesmente não te calas! :P ahahahahha eu à espera de um post sobre a maitê, assunto de extrema importância e na ordem do dia e tu tinhas de vir com algo mais chique...bahhh the c word...cagão ihihih :)
ResponderEliminarParti-me a rir com o teu post porque realmente é um bilhete de identidade com a tua marca digital NUNCA parares calado! LOL! Aposto os pulsos em como nem depois disto te refreaste... O teu dia-a-dia deve ser o horror dos silenciosos, que precisam desse silêncio para viverem. Espero que no teu local de trabalho a política de terror de "calem-o-paulo-por-favor!!! " não comece a dar origem a suicídios em massa, como na France Telecom! :) Bjis.
ResponderEliminarPS- Também adorei o título, faz-me lembrar algo que estou sempre a dizer ( também sou chata, mas no bom sentido :D )que é o seguinte : " Os meus antepassados morreram nas chamas da inquisição, mas a mim ninguém me cala! " E com isto sigo sempre radiante pela vida fora :D
ResponderEliminarEssa ida ao concerto deve ter sido tão aterradora como as idas ao cinema com a malta!!!! Foge Diana!!!
ResponderEliminar"Os meus antepassados morreram nas chamas da inquisição, mas a mim ninguém me cala!"... Sketch de uma das personagens do Contra Informação (Manuel triste)... muito bom...
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